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ANÁLISE QUALITATIVA DE EDOs: CONCEITOS BÁSICOS

Suponha que precisamos achar a solução de uma EDO de ordem 1, dy/dx=f(x,y)dy/dx=f(x,y) mas não somos capazes de descobrir ou inventar um método para resolvê-la analiticamente. À primeira vista parece grave mas, de fato, não é; isso porque a própria EDO pode nos dizer como é o comportamento da solução mesmo que não a tenhamos explicitamente. Em outras palavras, podemos analisar a EDO qualitativamente a partir do esboço gráfico de suas soluções mesmo sem resolvê-la.

Campos de Direção


Veremos que, quando a função f(x,y)f(x,y) na EDO depende apenas de yy, podemos responder diversas perguntas qualitativas sobre as propriedades da solução: como a solução se comporta na vizinhança de um dado ponto? como ela se comporta quando xx\rightarrow\infty?, etc Mas antes, relembremos um conceito do Cálculo Diferencial (e mostrado no capítulo anterior): a derivada dy/dxdy/dx de uma função diferenciável y=y(x)y=y(x) fornece a inclinação das linhas tangentes aos pontos do gráfico dessa função.

Inclinação (Slope)

Como a solução y=y(x)y=y(x) de uma equação diferencial de ordem 1 (expressa na forma normal) dydx=f(x,y) \frac{dy}{dx}=f(x,y) é necessariamente diferenciável no intervalo de definição II, ela também é contínua nesse intervalo; logo, para cada ponto (x,y(x))(x,y(x)), existe uma linha tangente ao gráfico. A função ff que aparece na forma normal é chamada função inclinação. A inclinação da linha tangente à curva que representa a solução, no ponto (x,y(x))(x,y(x)) é o valor da primeira derivada dy/dxdy/dx nesse ponto que, pela EDO, é justamente o valor da função inclinação f(x,y(x))f(x,y(x))
Agora, suponha que (x,y)(x,y) representa um ponto qualquer em uma região do plano xyxy na qual a função ff está definida. Então, o valor f(x,y)f(x,y) correspondente a esse ponto representa a inclinação de uma linha ou de um segmento de linha. Como exemplo concreto, considere a equação dy/dx=0.2xydy/dx=0.2xy, na qual f(x,y)=0.2xyf(x,y)=0.2xy. Tome o ponto (2,3)(2,3); a inclinação de um segmento nesse ponto é f(2,3)=0.2(2)(3)=1.2f(2,3)=0.2(2)(3)=1.2 A figura abaixo mostra um segmento de reta com inclinação 1.2 passando pelo ponto (2,3). A figura mostra também que, se uma curva solução também passa pelo mesmo ponto, ela tangencia o segmento de reta, ou seja, o segmento de reta é uma mini linha tangente no ponto em questão. Para o traçado da curva, usamos o fato de que a solução geral da EDO em questão é y(x)=cex2/10y(x)=c e^{x^2/10} (em breve aprenderemos como obter essa solução).
# Definindo variáveis do problema x = var('x') c = var('c') # Valor da constante c para o ponto (2,3) c = 3/exp(2^2/10) # Função y(x): solução particular da EDO para a constante c y = c*exp(x^2/10) # Reta tangente à curva y(x) no ponto (2,3) rt = 1.2*x+0.6 # Gráficos P = Graphics() P += plot(y, x, 0, 4, ymin=0, ymax=5) P += point((2,3),size=40) P += plot(rt, x, 1.4, 2.6, ymin=0, ymax=5) P.show()

Campo de Direção

Se, agora, estendermos o procedimento descrito acima, ou seja, se avaliarmos ff para todos os pontos de uma grade retangular no plano-xyxy e desenharmos um segmento de reta em cada um deles, com a inclinação f(x,y)f(x,y), então a coleção de todos esses segmentos é chamada campo de direções da equação diferencial dy/dx=f(x,y)dy/dx=f(x,y). Visualmente, o campo de direções indica a forma de uma família de curvas solução da EDO e, com isso, pode-se ter uma idéia do comportamento qualitativo das soluções. Se olharmos para uma única curva, percebemos que ela segue o padrão de fluxo do campo de direções. Vejamos alguns exemplos para esclarecer estes fatos. O campo de direções pode ser esboçado manualmente (Euler já fazia isso!) mas é muito mais fácil se usarmos recursos computacionais. O Sage possui algumas funções para isso. Primeiro, vamos exibir o campo de inclinações somente com segmentos de reta (somente as inclinações). Observe que, para tanto, a única informação necessária é a função f(x,y)f(x,y).
Exemplo 1
Considere a EDO dydx=0.2xy\displaystyle\frac{dy}{dx}=0.2xy. Usando o Sage, traçamos o campo de direções e sobrepomos algumas soluções. Examine a figura e comprove o que afirmamos até aqui.
# Define variável independente e constante de integração x=var('x') c=var('c') # Define variável dependente y=function('y')(x) # Solução geral da EDO sol = c*exp(0.1*x^2) # Função f(x,y) da EDO f(x, y) = 0.2*x*y # Gráficos P = Graphics() P += plot_slope_field(f,[x,-pi,pi],[y,-4,4]) # Campo de Inclinações P += plot(sol.substitute(c==3), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) # Soluções Particulares (diferentes valores da constante de integração) P += plot(sol.substitute(c==1.5), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) P += plot(sol.substitute(c==-3), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) P += plot(sol.substitute(c==-1.5), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) show(P, figsize=(6, 4))
Como curiosidade, existe uma maneira alternativa de exibir o campo de direções, entendendo-o como um campo vetorial. Neste gráfico, os segmentos de reta são apresentados como setas (enfatizando, portanto, o sentido do campo) e o comprimento das setas é proporcional à magnitude do vetor em cada ponto. Observe que são fornecidos, como argumentos, dois componentes do vetor, x=1x'=1 e y=0.2xyy'=0.2xy. Esta forma de apresentação será utilizada futuramente quando estudarmos sistemas de equações diferenciais. Então, aprenderemos mais detalhes.
# Idêntico ao exemplo anterior a menos do gráfico do campo de direções ao invés do campo de inclinações x=var('x') c=var('c') y=function('y')(x) sol = c*exp(0.1*x^2) f(x, y) = 0.2*x*y P = Graphics() P += plot_vector_field([1, 0.2*x*y],[x,-pi,pi],[y,-4,4]) # Campo de Direções P += plot(sol.substitute(c==3), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) P += plot(sol.substitute(c==1.5), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) P += plot(sol.substitute(c==-3), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) P += plot(sol.substitute(c==-1.5), xmin=-pi, xmax=pi, ymin=-4, ymax=4) show(P)
Exemplo 2
Considere a EDO dydx=yx\displaystyle\frac{dy}{dx}=y-x. Esboce o campo de direções. Aproveitemos este exemplo para apresentar uma Receita Básica de resolução analítica de EDOs de Ordem 1, usando o SAGE. Basta seguir o código fornecido abaixo. Neste procedimento, determinamos a solução geral da EDO, identificamos a constante arbitrária e atribuímos valores a ela, obtendo algumas soluções particulares que são exibidas graficamente.
# Define as variáveis independente e dependente x = var('x') y = function('y')(x) # Define a equação diferencial na forma dy/dx = f(x,y): o comando diff(y,x) é o comando SAGE para a derivada de ordem 1 edo = diff(y, x) == y - x # Resolve a EDO usando o comando desolve do SAGE e armazena a expressão na variável sol sol = desolve(edo, y) # Exibe a solução geral da EDO sol.show() # Identifica as variáveis contidas na solução geral # Neste caso, são a constante _C e a variável independente x, exibidas pelo SAGE nesta ordem show(sol.variables()) # Obtem uma referência para a variável _C (que é a primeira, com índice 0) c=sol.variables()[0] show(c) # Define a função f(x,y) da EDO para exibir o campo de inclinações f = function('f')(x,y) f(x,y) = y - x # Obtem algumas soluções particulares para graficar # Usa o comando substitute do SAGE para substituir os diferentes valores da constante C sol_particular1 = sol.substitute(c==3) sol_particular2 = sol.substitute(c==0) sol_particular3 = sol.substitute(c==-1) P = Graphics() P += plot_slope_field(f,[x,-4,4],[y,-4,4]) # Exibe o campo de inclinações P += plot(sol_particular1, xmin=-4, xmax=4, ymin=-4, ymax=4, color='red') # Exibe a solução particular 1 P += plot(sol_particular2, xmin=-4, xmax=4, ymin=-4, ymax=4, color='green') # Exibe a solução particular 2 P += plot(sol_particular3, xmin=-4, xmax=4, ymin=-4, ymax=4, color='blue') # Exibe a solução particular 3 show(P)
((x+1)e(x)+C)ex\displaystyle {\left({\left(x + 1\right)} e^{\left(-x\right)} + C\right)} e^{x}
(C\displaystyle C, x\displaystyle x)
C\displaystyle C
Existe outra maneira (equivalente) de resolver uma EDO usando SAGE. Neste caso, ao invés de atribuirmos valores à constante arbitrária de integração, CC, impomos diferentes condições iniciais que, como sabemos, equivale a determinar o valor de CC na expressão da solução geral da EDO. Portanto, estamos resolvendo diferentes Problemas a Valor Inicial.
# Define as variáveis independente e dependente x = var('x') y = function('y')(x) # Define a equação diferencial na forma dy/dx = f(x,y): o comando diff(y,x) é o comando SAGE para a derivada de ordem 1 edo = diff(y, x) == y - x # Resolve a EDO usando o comando desolve do SAGE passando o parâmetro ics, que é a condição inicial # A condição inicial é fornecida através de ics=[x0,y0], correspondente a y(x0)=y0 sol_particular1 = desolve(edo, y, ics=[-4, -2.9]) sol_particular2 = desolve(edo, y, ics=[-4, -3]) sol_particular3 = desolve(edo, y, ics=[-4, -3.1]) # Define a função f(x,y) da EDO para exibir o campo de inclinações f = function('f')(x,y) f(x,y) = y - x P = Graphics() P += plot_slope_field(f,[x,-4,4],[y,-4,4]) # Exibe o campo de inclinações P += plot(sol_particular1, xmin=-4, xmax=4, ymin=-4, ymax=4, color='red') # Exibe a solução particular 1 P += plot(sol_particular2, xmin=-4, xmax=4, ymin=-4, ymax=4, color='green') # Exibe a solução particular 2 P += plot(sol_particular3, xmin=-4, xmax=4, ymin=-4, ymax=4, color='blue') # Exibe a solução particular 3 show(P)

EDO de Ordem 1 Autônoma


Outra maneira de classificar uma EDO é se ela é autônoma ou não autônoma. Uma EDO é dita autônoma se a variável independente não aparece explicitamente; caso contrário, ela é não autônoma. Portanto, a EDO é autônoma se for expressa como: f(y,y)=0oudydx=f(y) f(y,y')=0\quad\quad ou\quad\quad \frac{dy}{dx}=f(y) Assim, a equação dydx=1+y2\frac{dy}{dx}=1+y^2 é autônoma enquanto dydx=0.2xy\frac{dy}{dx}=0.2xy é não autônoma. Muitas equações diferenciais que modelam problemas reais são autônomas; já vimos vários exemplos como no decaimento radiativo, na propagação de doenças contagiosas, na lei de Newton do resfriamento, etc.

Pontos Críticos

Os zeros da função f(y)f(y) são especialmente importantes. Dizemos que um número real cc é um ponto crítico da EDO autônoma se for um zero de ff, ou seja, se f(c)=0f(c)=0. Um ponto crítico também é chamado de ponto de equilíbrio ou de ponto estacionário. Se substituirmos uma função constante y(x)=cy(x)=c na forma normal da EDO ambos os lados da equação ficam iguais a zero. Isto significa que
Se cc é um ponto crítico da EDO, então y(x)=cy(x)=c é uma solução constante da EDO autônoma.
Uma solução constante y(x)=cy(x)=c é chamada solução de equilíbrio; as soluções de equilíbrio são as únicas soluções constantes. Nos problemas físicos reais, usualmente, a variável independente é o tempo tt; assim, uma solução ser constante significa que ela não varia com o tempo, o que justifica a expressão solução de equilíbrio ou estacionária. Por outro lado, para uma solução não constante y(x)y(x) podemos descobrir aspectos importantes do comportamento dessa solução, mais precisamente, se ela é crescente ou decrescente, simplesmente determinando o sinal algébrico da derivada dy/dxdy/dx. Para isso, identificamos os intervalos do domínio para os quais f(y)f(y) (que é igual a dy/dxdy/dx) é positiva ou negativa, como se pode ver no exemplo a seguir.
Exemplo

A EDO dPdt=P(abP)\displaystyle\frac{dP}{dt}=P(a-bP), onde aa e bb são constantes positivas é uma EDO autônoma uma vez que a variável independente, tt, não aparece em f(P)=P(abP)f(P)=P(a-bP). Fazendo f(P)=P(abP)=0f(P)=P(a-bP)=0, vemos que 00 e a/ba/b são pontos críticos e as correspondentes soluções de equilíbrio são P(t)=0P(t)=0 e P(t)=a/bP(t)=a/b. Exibindo esses pontos críticos sobre uma linha horizontal (ou vertical), observamos que a linha fica subdividida em três intervalos distintos: (,0)(-\infty,0), (0,a/b)(0,a/b) e (a/b,)(a/b,\infty). As setas do gráfico indicam o sinal algébrico de f(P)=P(abP)f(P)=P(a-bP) nesses intervalos: negativo para a esquerda e positivo para a direita. Lembrando que f(P)=dP/dtf(P)=dP/dt e do que sabemos sobre o sinal das derivadas, concluímos que as setas mostram os intervalos em que af(P)f(P) é crescente ou decrescente. A tabela abaixo contém todas as informações que explicam o gráfico fornecido em seguida. Observe que, para traçar o gráfico, tomamos a/b=2a/b=2, sem perda de generalidade. O gráfico é chamado Retrato de Fase (neste caso, unidimensional). Quando estudarmos EDOs de ordem superior e sistemas de EDOs encontraremos retratos de fase muito mais interessantes!
No Retrato de Fase acima, mostramos apenas o eixo PP; se agora, porém, levarmos em consideração o eixo tt, os três intervalos se transformam em três regiões do plano tPtP definidas por:
  • R1:<P<0R1: -\infty\lt P\lt 0
  • R2:0<P<a/bR2: 0\lt P\lt a/b
  • R3:a/b<P<R3: a/b \lt P\lt \infty
onde <t<-\infty \lt t \lt \infty.
As três regiões são separadas pelas retas horizontais correspondentes às duas soluções de equilíbrio, P=0P=0 e P=a/bP=a/b.
# Gráfico da linha de fase (vertical) PG11=plot([],figsize=(1,4),axes = False,xmin=-0.1,xmax=0.1) #PG11=plot([],axes = False,figsize=(2,4),) PG11 += line( [ (0, -4), (0, 4) ]) PG11 +=point((0,0),size=100) PG11 +=point((0,2),size=100) PG11 +=point((0,-1),size=100,marker='v',color="red") PG11 +=point((0,1),size=100,marker='^',color="red") PG11 +=point((0,3),size=100,marker='v',color="red") #PG11 +=text("0",(0.01,0)) #T2=text("a/b",(-0.05,2)) #T3=text("Eixo P",(-0.05,3.8)) # Define as variáveis da EDO # Tomamos valores particulares para os parâmetros a e b t=var('t') a=2 b=1 # Gráfico do campo de inclinações PG5=plot([],figsize=(6,4)) P=function('P')(t) f(t,P) = P*(a-b*P) PG = plot_slope_field(f,[t,0,4],[P,-4,4], plot_points=25) # Gráfico de soluções não constantes nas regiões R1, R2 e R3 p=function('p')(t) edo = diff(p, t) == p*(a-b*p) # A EDO é resolvida numericamente com o comando desolve_rk4 do SAGE # que usa o método de Runge-Kutta de ordem 4 # Optamos pela solução numérica porque a solução analítica do SAGE fornece P(t) implicitamente # o que dificulta a construção dos gráficos PG1=desolve_rk4(edo,p, ics=[0,0.1],step=0.1, end_points=4, output='plot',color='green') PG2=desolve_rk4(edo,p, ics=[0,4],step=0.1, end_points=4, output='plot') PG3=desolve_rk4(edo,p, ics=[3,-4],step=0.1, end_points=0, output='plot') # Gráfico das soluções constantes ou de equilíbrio correspondentes aos pontos críticos LL1=line( [ (0, 0), (4, 0) ],color='red') LL2=line( [ (0, a/b), (4, a/b) ],color='red') PG6=PG5+PG+PG1+PG2+PG3+LL1+LL2 PG11.axes(False) PAA=graphics_array((PG11,PG6)) show(PAA)
Analisando o Retrato de Fase

Além das duas soluções constantes ou de equilíbrio (em vermelho), o gráfico mostra três soluções particulares de forma que P(t)P(t) é decrescente em R1R1, crescente em R2R2 e decrescente em R3R3. Se denotarmos a condição inicial P(0)=P0P(0)=P_0, então teremos os seguintes comportamentos para cada uma das regiões:
  • Para P0<0P_0 \lt 0 (Região R1R1): a solução P(t)P(t) é limitada acima e decresce indefinidamente conforme tt aumenta; visualmente, P(t) se afasta cada vez mais de P(t)=0, à medida que tt aumenta
  • Para 0<P0<a/b0 \lt P_0 \lt a/b (Região R2R2): a solução P(t)P(t) é limitada tanto acima quanto abaixo; como ela é decrescente, para tt\rightarrow\infty, P(t)a/bP(t)\rightarrow a/b; em outras palavras, a solução se afasta da solução de equilíbrio P=0P=0 e se aproxima da solução de equilíbrio P=a/bP=a/b
  • Para P0>a/bP_0 \gt a/b (Região R3R3): a solução P(t)P(t) é limitada abaixo; para tt\rightarrow\infty, P(t)a/bP(t)\rightarrow a/b, ou seja, com o passar do tempo, a solução se aproxim da solução de equilíbrio P=a/bP=a/b
Observe como fomos capazes de prever, com base apenas nos gráficos, o comportamento de longo prazo das soluções da EDO; observe, também, que os dois gráficos exbidos lado a lado contêm informações qualitativas comuns. Finalmente, embora tenhamos mostrado apenas uma solução em cada região, basta examinar o gráfico para se convencer de que, por exemplo, todas as soluções cujas condições iniciais pertençam à região R2R2 terão o mesmo comportamento qualitativo da curva verde (e, analogamente, para as outras regiões).
Pontos Críticos Atratores e Repulsores

O que veremos, agora, é uma classificação dos pontos críticos. Observe o retrato de fase novamente. Primeiro, examinemos o ponto crítico P=a/bP=a/b. O que vemos é que todas as soluções que começam "próximos" a esse ponto crítico, em ambos os lados, tendem para ele (assintoticamente): limtP(t)=a/b\displaystyle\lim_{t\rightarrow\infty} P(t)=a/b. Um ponto crítico deste tipo é dito assintoticamente estável e também é denominado atrator, uma vez que "atrai" para si todas as soluções em uma certa vizinhança. Por outro lado, para o ponto crítico P=0P=0, o comportamento é exatamente oposto: todas as soluções que começam "próximo" a ele, tendem a se afastar. Este tipo de ponto crítico é dito instável ou, por razões óbvias, repulsor. Existem pontos críticos para os quais, em um dos lados as soluções são atraídas e no outro lado, elas são repelidas; neste caso, o ponto crítico é chamado semi-estável.
x=var('x') a,b=var('a','b') assume(b>0) assume(a>0) show(integrate(((b^2+4*a*x^2)^(1/2))/(x^2),x))
2aarsinh(2axb)4ax2+b2x\displaystyle 2 \, \sqrt{a} \operatorname{arsinh}\left(\frac{2 \, \sqrt{a} x}{b}\right) - \frac{\sqrt{4 \, a x^{2} + b^{2}}}{x}